...É como se o peso do firmamento recaísse sobre meus ombros
É como se “Big Bang” se originasse em meu peito, tais são as dores infinitas
É como não possuir os cinco sentidos e habitar no “Éden”
E se fosse castigo Divino?
Eu enfrentaria Odin, Senhor de Asgaard?
Lutaria contra Ares, O Deus da Guerra do Olimpo?
Declararia guerra contra YHVH, O Senhor dos Exércitos, O Deus invisível, Deus de Israel?
Ou esperarei angustiado pela ajuda do Deus Chronos, o Senhor do Tempo???
Até agora só consegui enfrentar meu pior pesadelo.
Encarar a mim mesmo, sem pudores e sem máscaras.
E tudo que vi foi:
Um homem liquefeito em prantos, ajoelhado aos pés da Dor, açoitado pela angústia, trespassado pela aflição, flagelado da Paixão.
Não encontro mais em mim o Poeta Filósofo que outrora Eu fora.
Já não mais consigo verbalizar minhas lúdicas abstrações.
Já não mais consigo refletir sobre a metafísica ontológica do Ser.
Meus versos chovem dentro de mim, sem a eles conseguir dar vazão.
Oh Platão! Desgraçado Platão, porque me tiraste da ignorância?
Opróbrio sejas tu oh Platão, que me tiraste o lírico para por no lugar a austera razão.
Quem me consolas és tu Blaise Pascal, que dizes a mim:
“O Coração tem razões que a própria Razão desconhece”
Enquanto minha Razão não reconhece as razões de meu coração, vou trilhando de pés descalços esta via pedregosa que se chama Paixão.
Oh! Meu Senhor, Deus Todo Poderoso, Senhor dos Exércitos, YHVH RAFA.
Venha em meu socorro, se peco, peço-te humildemente que me perdoes.
Pois sou Homem mortal, e como Sansão e Davi, estou enlouquecido de Amor.
Peço-te que ao final desta via onde meus pés se dilaceram e meu corpo se fadiga, Eu encontre Meu Amor.
E que este Amor cuide de Mim, das feridas de meus pés, do cansaço de meu corpo, das dores de meu peito, dos conflitos de minha mente.
Que esse Amor seja Cura, Bálsamo, Unção, Paraíso.
Sagrado Amor (Bendita seja), não ouso proferir-lhe o Nome.
Pois seu nome é Sagrado, e não posso tomá-lo em vão.
Eu o guardo no escaninho, no âmago, no recôndito de meu Coração.
Coração que se derrete feito cera dentro de meu corpo febril.
Febre delirante, em delírios sua palavras dançam descalças levantando areia com seus véus esvoaçantes.
Em delírios sua boca escarlate, seus cabelos negros, seus olhos penetrantes, seu perfume inebriante.
Em delírios, feitiço de Áquila, Eu lobo, Ela Águia sempre juntos, mas nunca a nos encontrar-mos.
Oh! Tormento, saudades, distância e desejos irrealizados.
Mas Eu estou aqui Meu Amor, sempre estarei.
Até o dia em que me queiras, até o dia em que suportares.
Enquanto isso, vou tentando lograr o fogo devorador de Paixão.
E se um dia esta História virar lenda.
Nunca se esqueça que um dia em seu Coração e em sua Vida estive.
Nunca se esqueça que em algum lugar deste Orbe um Homem muito lhe Amou.
Gutemberg de Moura
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